O presidente da República, Jair Bolsonaro, discursou no dia 22.09, na 76ª Sessão da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, e fez menções equivocadas sobre sua gestão, repetindo diversas falas, desprovidas de verdade, proferidas em 22.09.2020.
De início afirmou o país não ter, desde 01.01.2019, nenhum caso concreto de corrupção, com ocultação dos indícios apontados pela CPI da Covid-19 de compras de vacinas da Covaxin e das apurações de “rachadinha” no seu clã.
O presidente reiterou sua crença em Deus, na Constituição, na valorização da família e ser leal ao seu povo. Entretanto, o dia a dia mostrou um presidente a deturpar os ensinamentos cristãos de amor ao próximo, ao proferir insultos aos seus desafetos, ao defender todos poderem ter e punhar uma arma. Por outro lado, os ataques à Constituição são diários, com ataques às instituições democráticas (Congresso, STF, etc.) ou negar tratamento isonômico a grupos minoritários. Quanto à valorização da família, o tempo mostrou estar preocupado somente com a sua família, pois não se importa e não trabalha para minorar as dificuldades das famílias brasileiras, castigadas pela inflação, desemprego, fome, etc.
Outra fala destoada da realidade, é a afirmação das estatais antes darem prejuízo, pois elas desde o governo Fernando Henrique apresentam reiterados lucros.
Também exaltou os investimentos no país e nossa capacidade de atrair investimento externo, mas isso é equivocado e, devido às instabilidades políticas provocadas pelo presidente, o investimento direto (produtivo) tem diminuído no país.
Afirmou ser a nossa legislação ambiental completa, mas o seu governo se esforçou para descumpri-la e publicou regulamentos para afrouxar os controles para privilegiar ilegais madeireiros, grileiros e garimpeiros.
Afirmou ter defendido o combate simultâneo do vírus e do desemprego na pandemia. Mentiu ao culpar as medidas de isolamento ter causado a volta inflação, pois ela foi gerada por inação governamental em controlar de estoque de alimentos e pela instabilidade política gerada pelo presidente causando disparada do dólar.
Disse ter apoiado a vacinação, mas omitiu ter politizado o assunto e agido para retardar o início da aquisição de vacinas. Defendeu o tratamento precoce, o qual não tem comprovação científica e é criticado pelo meio científico. Afirmou a “história e a ciência saberão responsabilizar a todos”, o que é verdade, pois a CPI da Covid está finalizando relatório apontando os erros e os equívocos de agentes públicos.
Afirmou ter no dia 07.09 ocorrido manifestações de apoio a liberdades individuais e ao seu governo, mas essas manifestações foram antidemocráticas, com ataques a instituições, tentativas de invasão ao STF, etc.
Ao final, afirmou “vislumbramos um mundo de mais liberdade, democracia, prosperidade e paz”, sendo essa afirmação completamente diferente dos atos ocorridos em seu governo, com veneração da ditadura militar e de torturadores, ataques ao Poder Judiciário e Legislativo, política externa conflituosa com outros países, defesa do armamento de toda a população.