No dia 14.03.2018 o Brasil foi abalado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro. Marielle, conhecida pela defesa dos direitos humanos e das comunidades marginalizadas, acabou sendo vítima de interesses obscuros que a viam como uma ameaça às suas operações ilícitas.
Após mais de 6 anos de investigações marcadas por pressões sociais e questionamentos sobre a impunidade, uma reviravolta ocorreu em 24.03.2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou a delação premiada de Ronnie Lessa, levando à prisão dos supostos mandantes do crime.
Entre os presos, destacam-se o deputado federal Chiquinho Brasão (União Brasil), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brasão e o delegado Rivaldo Barbosa, da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Essas prisões não apenas chocaram a opinião pública, mas também levantam sérias questões sobre a possível infiltração do crime organizado nos diversos poderes do Estado brasileiro.
Os investigados ocupavam cargos estratégicos em instituições encarregadas de fiscalizar as contas públicas e legislar sobre questões fundamentais para o país. A prisão de um delegado de polícia é particularmente preocupante, sugerindo influência direta sobre a máquina administrativa encarregada de combater o crime.
No entanto, é importante ressaltar que essas prisões representam apenas uma suposta pequena parte de um esquema incrustado no aparelho estatal brasileiro, manipulando suas estruturas para servir a interesses criminosos e impedir a punição dos responsáveis por suas ações nefastas.
Diante desse cenário, o Brasil enfrenta um desafio monumental na luta contra o crime organizado. É essencial que as autoridades ajam com determinação para desmantelar essas redes de corrupção e garantir que a justiça seja feita em casos como o assassinato de Marielle Franco e tantos outros que representam a face mais sombria da nossa sociedade.
Além disso, apesar da prisão dos supostos mandantes desse crime ser um passo importante na direção da justiça, fica evidente a extensão da infiltração do crime organizado em instituições fundamentais para a democracia e o Estado de Direito, levantando sérias preocupações sobre a integridade e a transparência dessas instituições.
É urgente que as autoridades continuem a investigar e desmantelar essas redes de corrupção, garantindo que os responsáveis sejam responsabilizados pelos seus crimes. Além disso, é essencial fortalecer as instituições democráticas e promover uma cultura de transparência e prestação de contas, para que casos como o de Marielle Franco não se repitam no futuro.
A sociedade brasileira exige e merece justiça. Não podemos permitir que o crime organizado possa minar os fundamentos do nosso Estado democrático. Somente com ações enérgicas e determinadas podemos garantir um futuro mais justo e seguro para todos os cidadãos.