Em 2024 celebramos 30 anos da implementação do Plano Real, um divisor de águas na história econômica do país.
Antes de sua implantação, a vida no Brasil era marcada pela hiperinflação, que corroía o poder aquisitivo da população e gerava instabilidade econômica, social e política. A inflação ultrapassou 2.000% ao ano no início da década de 1990, com dificuldades para a vida da população e para o funcionamento da economia.
No dia a dia a população para enfrentar a inflação utilizava mecanismos como o overnight, onde aplicações financeiras diárias tentavam preservar o valor do dinheiro, e as pessoas se desfaziam de bens reais para fazerem aplicações com altos índices de rendimentos. Os salários eram reajustados periodicamente e os preços aumentavam diariamente. Era comum que os salários recebidos no início do mês perdessem grande parte de seu valor em poucas semanas.
Diversos planos econômicos anteriores foram implementados, sem êxito, com medidas anti populares e drásticas como congelamento de preços e bloqueio de contas bancárias. Essas tentativas geraram pânico, desconfiança e não conseguiram controlar a inflação. A hiperinflação aumentava as desigualdades sociais, afetando desproporcionalmente a população mais pobre, que enfrentava dificuldades para acessar bens básicos. A capacidade de planejamento a longo prazo era praticamente inexistente, tanto para empresas quanto para os indivíduos.
Em 1994, sob a liderança do então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e com uma equipe técnica de alto gabarito, foi implementado o Plano Real. A criação do Real, ancorada em um plano de estabilização econômica, conseguiu controlar a hiperinflação. A inflação anual foi reduzida a níveis controláveis de um dígito.
Com a estabilização da moeda, o poder de compra dos brasileiros foi restaurado. Os salários passaram a ter valor estável, permitindo que as pessoas planejassem suas finanças e aumentassem o consumo. Com a inflação sob controle, os juros caíram e o crédito bancário foi estruturado, inclusive com a acessibilidade de financiamentos imobiliários.
A estabilidade econômica e o controle da inflação contribuíram para a redução da pobreza e programas sociais puderam ser implementados de maneira mais eficaz. Com a economia estabilizada, empresas e indivíduos puderam retomar o planejamento a longo prazo, dando estabilidade a investimentos e desenvolvimento sustentável.
De modo geral, a implementação do Plano Real foi um marco histórico que transformou a economia, a sociedade e a política do Brasil. Ao controlar a hiperinflação e estabilizar a moeda, o plano trouxe alívio e esperança a uma população exaurida pela crise econômica. As diferenças entre o período de hiperinflação e o pós-Plano Real são evidentes, mostrando como políticas econômicas bem-sucedidas podem mudar o destino e transformar a realidade de um país, estabilizando a economia, melhorando a qualidade de vida da população e proporcionando um futuro mais promissor.
