O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou no dia 05.12 o crescimento de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Embora tenha superado expectativas pessimistas de uma possível queda, essa notícia foi considerada desanimadora por economistas que enxergam a situação com uma visão de curto prazo.
No âmbito geral, houve queda de 3,3% no agronegócio, enquanto a indústria e os serviços apresentaram crescimento de 0,6%. Destaca-se o incremento de 0,5% no consumo do governo e crescimento de 1,1% no consumo das famílias.
Entretanto, a taxa de investimento da economia, representada pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), atingiu 16,6% do PIB, sinalizando incertezas e baixa confiança empresarial. Além disso, a taxa de poupança diminuiu de 16,9% para 15,7%.
Investimentos são cruciais para o desenvolvimento econômico, especialmente durante um período de transição no modelo energético brasileiro. Por outro lado, a queda na poupança sugere redução na renda disponível e aumento do custo de vida.
As projeções para o crescimento econômico do Brasil este ano são de 3%, mas existem expectativas de quedas nos próximos anos.
O país enfrenta o desafio de competir efetivamente neste ambiente de evolução para uma matriz energética mais limpa, adoção de novas tecnologias digitais e ter equilíbrio político interno para incentivar o investimento.
Uma análise simplista focada apenas no indicador de crescimento econômico não leva em conta elementos importantes do panorama atual brasileiro, como uma considerável reserva cambial, que ultrapassa os 350 bilhões de dólares, aliada à queda nos índices inflacionários e às previsões de redução das taxas de juros nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
A projeção de redução das taxas de juros deve estimular o consumo das famílias e isso já se reflete positivamente no desempenho das ações das empresas do varejo e da construção civil, além de sinalizar maior arrecadação tributária em todos os níveis do setor público.
Além disso, a economia é cíclica e está sujeita a altos e baixos de crescimento. É influenciada pela capacidade de absorver novos setores dinâmicos e preencher lacunas deixadas por segmentos em declínio, especialmente em um momento desafiador de transição e de ruptura, migrando de uma economia dependente de combustíveis fósseis para uma mais limpa. Isso dará origem a novas empresas, enquanto inevitavelmente encerra ciclos de setores que não se adaptarem à nova realidade. Além disso, ensejará vultosos investimentos em infraestrutura para as novas energias, integração da rede elétrica, novas regulamentações, etc.
Este período instigante representa uma oportunidade para o surgimento de novos negócios e uma reconfiguração econômica, mesmo que signifique o declínio de alguns setores. O Brasil, assim como outras economias, deve abraçar essas transformações para garantir uma posição competitiva e sustentável no futuro.