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PF revela esquema de golpe com participação de militares e aliados de Bolsonaro

A Polícia Federal (PF) desvendou um esquema articulado para desestabilizar a democracia brasileira e executar um golpe de Estado, com envolvimento de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e militares das Forças Especiais do Exército.

A terceira parte do relatório, intitulada “Da participação de militares de forças especiais na execução do Golpe de Estado”, divulgada após quebra de sigilo determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 19.11, expõe a complexa organização que mobilizou desinformação, pressão institucional e planos para ações violentas.

De acordo com a investigação, mensagens extraídas de dispositivos apreendidos mostram que o sucesso do golpe dependia do envolvimento de militares conhecidos como “Kids Pretos“, integrantes das Forças Especiais do Exército. Em 28.11.2022, ocorreu uma reunião entre militares das Forças Especiais e assessores de generais, na qual foram discutidas estratégias para intensificar manifestações em frente a quarteis e persuadir o Alto Comando do Exército a apoiar o golpe.

A principal ação seria respaldar Jair Bolsonaro na assinatura de um decreto que subverteria o Estado Democrático de Direito. Parte do plano incluía a redação e divulgação de uma “Carta ao Comandante do Exército“, que exaltava as Forças Armadas como “garantidoras da pátria” e sugeria a legitimidade de uma intervenção militar, sob o pretexto de atender a um “clamor popular”.

Trocas de mensagens entre Mauro Cid, Ajudante de Ordens de Bolsonaro, e outros militares indicam que o ex-presidente tinha conhecimento e deu anuência às ações. Influenciadores digitais e programas de mídia foram usados para deslegitimar generais contrários ao golpe e reforçar a narrativa golpista.

A PF também identificou a disseminação de mensagens extremistas após a derrota eleitoral de Bolsonaro, como: “Manda prender todo mundo do TSE e STF” e “Já passou da hora do Bolsonaro fazer alguma coisa”. Esses conteúdos foram amplificados em redes sociais como parte de uma campanha de desinformação planejada.

O relatório revelou que o grupo articulador planejou a prisão e execução do ministro Alexandre de Moraes, além do assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. A ação, prevista para começar em 15.12.2022, foi abortada pela falta de apoio do Alto Comando do Exército.

Os articuladores também orquestraram ataques contra generais do Alto Comando que se opuseram ao plano. Depoimentos de envolvidos, embora neguem participação direta, foram contraditos por evidências obtidas nos metadados das mensagens.

O Comando Militar do Sul emitiu alertas sobre as consequências legais para militares envolvidos, reafirmando o compromisso das Forças Armadas com a democracia.

As revelações mostram ameaças às instituições democráticas e enfatizam a importância de responsabilizar os envolvidos para preservar a estabilidade do país e evitar novas tentativas de ruptura institucional.

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