Foto: Afif Kusuma (https://unsplash.com/photos/DkRqiAPnTOY)
A reabertura econômica e a flexibilização das medidas de isolamento representam um grande avanço para as empresas, os empregados e para as pessoas retornarem, em parte, à sua vida normal.
Entretanto, é preciso reforçar a obediência a medidas sanitárias indicadas pelos meios científicos e autoridades públicas, como distanciamento social, não aglomeração, uso de máscaras, lavagem das mãos, uso de álcool gel, etc. Somente com o acatamento delas, poderemos conviver normalmente até a vacinação imunizar as pessoas.
O uso de máscaras é um item básico, símbolo da pandemia do coronavírus, assim como foi da gripe espanhola, em 1918.
John M. Barry, no livro “A grande gripe: a história da gripe espanhola, a pandemia mais mortal de todos os tempos”, p. 231, apresenta defesa do uso de máscaras: “Então, Capps demonstrou-lhes uma inovação que ele havia testado: o uso de máscaras de gaze por pacientes com doenças respiratórias. Welch considerou a máscara “uma coisa fantástica (…) uma contribuição importante na prevenção da disseminação de infecções”. Já na p. 333 são divulgadas fotos de civis e militares com máscaras, quando se afirma: “Assim como vários outros lugares, Seattle tornou-se uma cidade mascarada. Voluntários da Cruz Vermelha confeccionaram dezenas de milhares de máscaras. Todos os policiais as usavam. Soldados marchavam mascarados pelo centro da cidade.”
Atualmente, no Brasil, o desrespeito às medidas sanitárias pode e deve ser enquadrado como crime penal, nos termos do artigo 268, do Código Penal, o qual preceitua: “Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”, com previsão de detenção e multa para os descumpridores.
No entanto, presenciamos maus exemplos protagonizados por autoridades públicas.
O presidente Jair Bolsonaro fala sobre o que não sabe e se cala do que sabe. Assim, no dia 23.08, perguntado sobre os supostos depósitos na conta de sua esposa, feitos por Fabrício Queiroz, respondeu: “vontade de encher tua boca de porrada”. Entretanto, no dia 03.09, afirmou, sem citar a origem da informação “tem muito médico dizendo que essa máscara não protege nada, bulhufas“.
Na posse de Luiz Fux, como presidente do Supremo Tribunal Federal, STF, dia 10.09., Fux e diversos convidados foram infectados. Fotos flagram aglomerações, falta de distanciamento e não uso de máscaras.
Não se deve seguir atos de pessoas descumpridoras de medidas mínimas de cuidado contra o coronavírus e sim adotar ações responsáveis para garantir um outubro seguro, diferente do último abril e, para isso, precisamos redobrar os cuidados preventivos, para não aumentar os casos de infecção e mortes e, consequentemente, preservar vidas, empregos e empresas.