O século XX foi marcado por um dos períodos mais desafiadores da história moderna, a Guerra Fria, caracterizada pela rivalidade, antagonismo e desconfiança política, militar e ideológica entre as duas principais potências mundiais da época, Estados Unidos e União Soviética.
Houve confrontos simbólicos, incluindo a corrida armamentista, a implementação da política de contenção contra o comunismo (Doutrina Truman), a existência de alianças militares (OTAN e o Pacto de Varsóvia, liderados pelo EUA e a União Soviética respectivamente), o Muro de Berlim que dividiu a Alemanha Oriental e Ocidental, a corrida espacial.
Apesar de não ter havido um conflito direto, a Guerra Fria deixou um legado de divisão global, proliferação nuclear e avanços tecnológicos significativos. No entanto, hoje ainda nos deparamos com conflitos que têm potencial de causar desastres atômicos.
O conflito em curso entre a Rússia e a Ucrânia, desencadeado pela invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 com o objetivo de anexação e para impedir a sua inclusão na OTAN, continua a arrastar-se. Desde o início, a Ucrânia recebeu apoio militar e financeiro da Europa e dos Estados Unidos, embora a ajuda venha diminuindo ao longo do tempo. No entanto, à medida que a Ucrânia recebeu mais apoio, a ameaça iminente de uma ofensiva nuclear por parte da Rússia tornou-se cada vez mais evidente, com o objetivo de resolver o conflito. Esse conflito afetou o abastecimento global e provocou o aumento dos preços dos alimentos e dos fertilizantes.
O mundo ficou alarmado com o ataque terrorista do Hamas contra Israel em 07.10.2023, com centenas de mortos e feridos, mais de 200 reféns. O ataque expôs vulnerabilidades nas defesas de Israel. Israel bombardeou a Faixa de Gaza e destruiu infra-estruturas e edifícios, causando mais de 30.000 vítimas, predominantemente civis, incluindo crianças, mulheres e idosos. Israel negou e nega seguir quaisquer determinações da ONU para focar o ataque apenas contra membros do Hamas e evitar ataques a civis.
Como se não bastasse a crise humanitária decorrente do conflito de Israel com os palestinos, no dia 14.04, o Irã lançou centenas de drones e mísseis contra Israel em retaliação ao ataque de Israel à Embaixada do Irã na Síria, no dia 31.03, que resultou na morte do general iraniano Ali Reza Zahdi. O Irã alegou que estava exercendo o seu direito à autodefesa e não tinha intenção de agravar o conflito. Entretanto, Israel afirmou que a retaliação viria no momento apropriado, deixando o mundo apreensivo devido a importância da região no fornecimento de derivados de petróleo. Além disso, o confronto é preocupante por Israel ter armas atômicas e existe a desconfiança do Irã já ter conseguido desenvolver o seu arsenal atômico.
Estes conflitos de dois séculos evidenciam a fragilidade da estabilidade global e o potencial de devastação generalizada, causado pela existência de arsenais atômicos espalhados pelo mundo.