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Rio de Janeiro 24 03 2020 A Comlurb iniciou nesta terça-feira (24/03) a higienização em áreas onde ainda há mais concentração de pessoas, seguindo a determinação do prefeito Marcelo Crivella. São pontos de ônibus, acessos às estações de metrô, BRT, barcas e trem, Central do Brasil, Rodoviária e entorno dos principais hospitais municipais e estaduais. Essa é mais uma das ações da Prefeitura do Rio para reduzir a possibilidade de contaminação pelo novo coronavírus.foto Marcelo Piu/PRJ

Isolados na pandemia

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Foto: https://fotospublicas.com/a-comlurb-iniciou-nesta-terca-feira-24-03-a-higienizacao-em-areas-onde-ainda-ha-mais-concentracao-de-pessoas-seguindo-a-determinacao-do-prefeito/

 

 

As pessoas se indignam com a pandemia do coronavírus. Consideram nunca terem visto situação parecida, como o isolamento compulsório, o fechamento dos estabelecimentos comerciais e públicos, a proibição de aglomerações.

Entretanto, em 1918 e 1919, tivemos a gripe espanhola, pandemia ceifadora de milhões de vidas. Também naquela época o povo recebeu orientações similares, conforme parte (reproduzida abaixo), do artigo “A influenza hespanhola”, de autoria do Dr. Clemente Ferreira, publicado no Jornal Correio Paulistano, do dia 24.10.1918:

O isolamento domiciliar espontaneo é uma providencia prophylatica de notoria eficcacia. Não visitar, nem ser visitado, evitar os logares de agglomeração popular, não se expor ao mau tempo, evitando assim os resfriamentos, que preparam o terreno, propício para a invasão da influensa, eis um conjunto de preceitos cuja observancia será meio caminho andado na defesa individual.

Importa não se deixar dominar pelo medo da molestia, pois a inhibição produzida por tal factor acarreta o desfalecimento das defesas organicas e favorece a implantação do agente morbido, qualquer que elle seja. O pavor leva ainda ao abuso de drogas, sempre nocivo.

A boa hygiene, a sã e sufficiente alimentação constituem elementos de resistencia de primeira ordem, infelizmente de difficil e muitas vezes impossivel praticabilidade no momento actual em que a deficiencia de tudo e a inacessibilidade de um sem numero de cousas essenciaes tornam precaria a saude e assás tormentosa a vida

Percebe-se, na gripe espanhola também ter sido indicado as pessoas ficarem isoladas e evitarem aglomerações. A diferença é que o coronavírus terá um poder letal muito menor, devido as nossas melhores condições médicas, higiênicas e sanitárias. Todo cuidado é importante.

Infelizmente existe uma luta política no Brasil. Muitos consideram o seu horizonte político mais importante do que a adoção de ações necessárias para combater a doença e mitigar os efeitos para o povo. Assim, autoridades públicas federais, estaduais e municipais divergem, quando deveriam estar unidas. Jair Bolsonaro, ao antecipar a disputa eleitoral da presidência de 2022, trava embate direto com os seus supostos adversários, como os governadores de São Paulo e Rio de Janeiro.

O governo federal, inerte, vê os governadores adotarem ações locais, como fechamento estabelecimentos e quarentena das pessoas.

Igual o trato do vazamento de óleo no litoral brasileiro, em 2019, o governo federal gasta menos energia para enfrentar os impactos e está mais preocupado em fazer declarações, postagens nas redes sociais e achar culpados (com bravatas como “esse óleo é da Venezuela” ou “esse vírus veio da China”), e, dessa forma, em situações onde se esperava ações do governo, percebemos ser a indiferença a política do atual governo federal (desgoverno) de tratar assuntos de interesse público.

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