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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil (https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2023-03/chove-granizo-na-zona-oeste-de-sao-paulo-1679342854)

Fortes chuvas em São Paulo relembram caos de 2014

As intensas chuvas que assolaram a cidade de São Paulo no dia 3 de novembro deste ano trouxeram à memória um evento semelhante ocorrido em 2014, quando a metrópole enfrentou uma tempestade que desencadeou queda de árvores, falta de energia elétrica e transtornos significativos no trânsito e na infraestrutura urbana.

Em 30 de dezembro de 2014, o autor deste relato desembarcou no Aeroporto de Congonhas com a intenção de participar da tradicional Corrida de São Silvestre. Ao tocar o solo, a magnitude dos estragos da chuva era palpável. Ruas bloqueadas por árvores caídas, vias interditadas e equipes de limpeza trabalhando incansavelmente para restabelecer a mobilidade.

A tempestade de 2014 resultou na queda de 274 árvores em diversos pontos da cidade, estabelecendo um recorde histórico dos últimos 25 anos. Nove estações de metrô tiveram que temporariamente encerrar suas operações devido à queda de árvores, afetando o já congestionado sistema de transporte público. A rede de distribuição de energia da então AES Eletropaulo sofreu danos significativos, resultando na falta de eletricidade em vários bairros e na desativação de 139 semáforos, agravando ainda mais o caos no tráfego.

No entanto, apesar dos desafios, a Corrida de São Silvestre aconteceu em 31 de dezembro de 2014, com a cidade celebrando o tradicional evento esportivo internacional e se preparando para a virada de ano. A resiliência dos paulistanos foi evidente, pois a cidade se recusou a ser paralisada, mesmo diante das adversidades climáticas.

Em 1º de janeiro de 2015, o jornal “Estado de São Paulo” relatou que moradores de várias áreas da cidade ainda enfrentavam a falta de eletricidade, com algumas ruas permanecendo às escuras por até 72 horas após a tempestade. Reclamações sobre a dificuldade de contato com a concessionária AES Eletropaulo eram comuns, refletindo a frustração dos moradores diante da demora na restauração do fornecimento de energia.

Agora, nove anos após a tempestade de 2014, a cidade de São Paulo se viu novamente atingida por chuvas torrenciais em 3 de novembro de 2023. Ventos de mais de 100 km/h derrubaram árvores por toda a cidade, resultando em falta de energia elétrica em 413 mil endereços, afetando 2,1 milhões de clientes. No dia 06.11 ainda tínhamos 300 mil endereços sem energia. Novamente, desta vez, a concessionária Enel SP (antigamente conhecida como AES Eletropaulo) enfrentou dificuldades na restauração do fornecimento de energia, enquanto 346 árvores tombaram em parques da cidade.

Este recente episódio realça a vulnerabilidade de São Paulo às intempéries climáticas, além de expor a ineficácia e a aparente falta de aprendizado da concessionária de energia no manejo de emergências, deixando os consumidores novamente com prejuízos. A maior cidade do Brasil, renomada por sua pujança econômica, sublinha os desafios significativos na gestão de crises ocasionadas por eventos climáticos extremos, evidenciando a necessidade de melhorias na infraestrutura e nas medidas de resposta a desastres climáticos e eventos adversos nas cidades brasileiras.

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