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Foto: Joédson Alves/Agência Brasil (file:///C:/Users/euler/Downloads/_ja_8499.webp)

Esforços conjuntos e reflexões necessárias: A resposta às enchentes no Rio Grande do Sul

No rescaldo das devastadoras enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul (RS) entre o final de abril e maio de 2024, os esforços coordenados entre municípios, Estado e União têm sido fundamentais para mitigar os danos e ajudar os habitantes a reconstruir suas vidas. A mobilização rápida e eficaz dos diferentes entes federativos é digna de reconhecimento, mas também traz à tona a necessidade de uma reflexão crítica sobre as práticas de ocupação e uso do solo que exacerbam tais tragédias.

As enchentes causaram destruição maciça, interrompendo atividades produtivas e exacerbando uma já frágil situação financeira no Estado. O comércio, a indústria e o agronegócio foram severamente impactados, resultando em uma queda vertiginosa na arrecadação.

O governo federal anunciou um pacote de auxílio, que inclui: assistência direta a mais de 200 mil famílias que perderam seus bens; incorporação de 21 mil famílias ao programa Bolsa Família; liberação do saque calamidade do FGTS pela Caixa Econômica Federal; suspensão das prestações do programa Minha Casa Minha Vida e garantia total das casas para famílias das faixas 1 e 2; suspensão da dívida do Rio Grande do Sul com o governo federal por três anos.

Além disso, foi criado o Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do RS, liderado por Paulo Pimenta, para coordenar os esforços de reconstrução.

É necessário, contudo, reconhecer que a culpa pelas enchentes não recai apenas sobre eventos climáticos extremos, mas também sobre a forma como os seres humanos têm historicamente ocupado e transformado os espaços naturais. Desde o descobrimento do Brasil em 1500, a depredação ambiental em nome do desenvolvimento social e econômico tem desfigurado ecossistemas resilientes, criando condições propícias para desastres naturais.

O governador do RS, apesar de ter sido alertado sobre a possibilidade de enchentes, estava envolto em tarefas administrativas, incluindo ações de ajuste fiscal. A falta de uma resposta mais proativa é particularmente preocupante, dado o histórico recente de desastres naturais na região: ciclones recentes, em junho e setembro de 2023 resultaram em 11 e 37 mortes, respectivamente, e uma tempestade subtropical em maio de 2022 causou uma morte, conforme reportagens publicadas no jornal O Estado de São Paulo. Este histórico ressalta a importância de políticas públicas abrangentes que incluam o planejamento ambiental e preventivo.

A reconstrução do Rio Grande do Sul será um processo longo e complexo, exigindo não apenas recursos financeiros, mas também um planejamento urbano e ambiental mais sustentável. As lições aprendidas com esta tragédia devem nortear futuras políticas de ocupação do solo, reforçando a necessidade de um equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental. Infelizmente não vemos ações pelo Brasil afora para mudar a forma de ocupação do solo, tornando as cidades mais esponja e mais preparadas para grandes inundações.

Este post tem um comentário

  1. Doralvino Sena

    Boa tarde, meu amigo!
    Excelente e precisa análise do nossa tragédia gaúcha.
    Por enquanto ainda estamos enfrentando a enchente embora o Rio Guaíba esteja abaixo dos 4 metros. Teremos várias fases pelo frente. Contamos com a ajuda de todo mundo.
    “Um mais um é sempre mais que dois, para construir a vida nova, para merecer quem vem depois…”
    Um grande abraço, Tchê!

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