Você está visualizando atualmente Economistas ganham Nobel sobre estudo relacionando as instituições com o desenvolvimento dos países
Foto: Anastacia Dvi (https://unsplash.com/pt-br/fotografias/uma-moeda-com-um-cavalo-sobre-ela-HRPaX-7rL4Q)

Economistas ganham Nobel sobre estudo relacionando as instituições com o desenvolvimento dos países

Os economistas Daron Acemoglu, Simon Johnson e James Robinson foram agraciados com o Prêmio Nobel de Economia de 2024, no dia 14.10, por suas contribuições ao entendimento da influência das instituições sociais no desenvolvimento e na prosperidade dos países.

Acemoglu e Robinson, autores do livro Por que as Nações Fracassam, publicado em 2012, apresentam uma teoria que busca explicar por que algumas nações são ricas e outras, pobres. O conceito central da obra é a distinção entre instituições inclusivas e instituições extrativas. Segundo os autores, instituições inclusivas incentivam a participação ampla da população na economia, garantem direitos de propriedade e promovem a inovação e o empreendedorismo. Essas instituições estão vinculadas a um sistema político inclusivo, onde o poder é distribuído de maneira mais equitativa e há maior responsabilização dos governantes.

Em contraste, as instituições extrativas concentram o poder nas mãos de uma elite, que utiliza sua posição para explorar economicamente a maioria da população. Essas instituições limitam a inovação e a liberdade econômica, perpetuando a desigualdade e mantendo a população sob controle.

Os economistas argumentam que a prosperidade não depende de fatores como o clima ou a localização geográfica, mas sim da trajetória institucional que cada país segue. Países com instituições extrativas, como o Congo, tendem a permanecer pobres, enquanto nações com instituições inclusivas, como os Estados Unidos, prosperam.

Pela teoria, pode-se concluir que a trajetória institucional do Brasil desde a independência contribuiu para dificultar o seu desenvolvimento. A manutenção de uma monarquia com raízes na dinastia portuguesa, a perpetuação da escravidão e a dependência econômica da Inglaterra criaram um ambiente onde o poder se concentrava nas mãos de poucos, impedindo o estabelecimento de instituições inclusivas e de um crescimento econômico equitativo.

Os autores também argumentam que, em sociedades com instituições extrativas, as elites resistem a mudanças que possam ameaçar seu poder, o que dificulta a implementação de reformas. Esse padrão explica por que a mudança institucional, quando ocorre, tende a ser lenta e muitas vezes acompanhada de ciclos de declínio.

Acemoglu, Johnson e Robinson destacam que o progresso econômico sustentável e o bem-estar social só podem ser alcançados por meio de instituições inclusivas, que promovam igualdade de oportunidades, inovação e uma distribuição mais justa do poder e da riqueza. Eles concluem que as sociedades que conseguiram implementar essas instituições ao longo da história colheram os frutos de uma maior prosperidade e estabilidade social.

Estes estudos contribuem para acelerar o desenvolvimento do Brasil e compreender as nossas dificuldades, servindo de parâmetro de mudanças de nossas instituições políticas, econômicas e sociais para serem mais inclusivas e acolhedoras de todos os brasileiros.

Deixe um comentário