Foto do FMI
A valorização global do dólar afetou diretamente os países emergentes, com a desvalorização das moedas locais, entre eles o Brasil.
A Argentina vive um momento de fragilidade política e econômica, com inflação alta (cerca de 25%). No início do ano o país passou por uma grande seca que causou a diminuição da expectativa de receitas com a exportação de grãos.
Toda esta situação é agravada pelo fato dos argentinos pouparem em dólar, recorrem a ele em momentos de instabilidade e a eventual falta desta moeda gera crises maiores de confiança.
Neste contexto, o país passa por crise cambial, com a desvalorização de sua moeda (peso) em mais de 20%, no lapso de 6 (seis) meses, levando as autoridades a subirem os juros e terem diminuído as projeções de crescimento econômico.
Além disto, a Argentina tem um déficit fiscal de 3,8% declarado, índice que é contestado pelos estudiosos, pois pregam ser ele muito maior.
O país iniciou negociações com o Fundo Monetário Internacional, FMI, para conseguir 30 milhões de dólares para reforçar as reservas internacionais e arcar com o vencimento da dívida externa. Esta atitude indica dificuldades da economia argentina e o FMI fará exigências de ajustes econômicos, como contrapartida.
Em dezembro de 2017 o FMI havia antecipado possíveis problemas econômicos na Argentina e alertou para a necessidade de redução do déficit fiscal, com a adoção de medidas como redução dos gastos com salários, pensões e transferências para as províncias. Todas as medidas deveriam ser feitas no sentido de se ter taxas de juros mais baixas, menos pressão sobre o peso e sobre aperto nas condições de financiamento externo.
O FMI alertou também que a falta de equilíbrio nas políticas econômicas gera efeitos negativos como o aumento no endividamento em moeda estrangeira, déficit em conta corrente crescente, necessidade de maior financiamento externo e pressões sobre a taxa de câmbio.
Na época o FMI recomendou uma reforma trabalhista para flexibilizar o mercado de trabalho, diminuindo os custos de rescisão e restrições ao trabalho temporário.
Os reflexos da crise serão sentidos no Brasil, inicialmente com diminuição das nossas exportações para a Argentina, principalmente automóveis.