No dia 24.09 o Banco Central divulgou a ata da 265ª Reunião do Copom, realizada nos dias 17 e 18.09, quando aumentou a taxa básica de juros em 0,25%, totalizando uma taxa anual de 10,75%.
A justificativa foi a necessidade de controle inflacionário, mas a real consequência dessa política será a desaceleração do crescimento econômico e a manutenção dos interesses rentistas do setor financeiro.
Institucionalmente o Banco Central tem o papel de zelar pela estabilidade da moeda, garantir um sistema financeiro sólido e fomentar o bem-estar econômico. No entanto, suas ações têm se pontuado por manter altas taxas de juros para controlar a inflação, não agindo para balancear suas decisões em prol da melhoria da economia.
Ao elevar os juros, o Banco Central beneficia o mercado financeiro em detrimento do setor produtivo, sufocando empresas, gerando desemprego e reduzindo o poder de compra das famílias.
Enquanto o custo do dinheiro aumenta para o cidadão comum, os grandes bancos e fundos de investimento veem seus lucros crescerem com a remuneração dos títulos públicos e outras operações financeiras.
Um exemplo dessa relação é a atuação das instituições de pagamentos que se posicionam como “facilitadoras” do comércio. Na prática, elas cobram taxas abusivas dos comerciantes que aceitam cartões de crédito e débito, principalmente na antecipação de crédito a juros abusivos. O pequeno empresário, que já luta para sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo, tem seus lucros minados por essas operações, que agem como verdadeiras parasitas da economia. As taxas de serviços e os juros de operações de antecipação de crédito, disfarçadas de “parceria”, acabam por transformar essas instituições em sócias dos negócios dos varejistas, abocanhando uma parcela significativa dos ganhos, enquanto os pequenos comerciantes, despreparados financeiramente, ficam com os restos.
Além disso, o Banco Central insiste na narrativa de que o aumento dos juros é a única forma de combater a inflação. No entanto, essa postura ignora outras causas da alta de preços, como problemas estruturais na cadeia produtiva e a própria pressão cambial. Ao priorizar os interesses do mercado financeiro, o Copom despreza alternativas que poderiam fomentar o desenvolvimento econômico e gera desincentivo a investimentos em infraestrutura, educação e inovação.
Ao elevar os juros, o Banco Central não apenas dificulta o acesso ao crédito para famílias e empresas, mas também encarece a dívida pública, drenando recursos que poderiam ser direcionados para áreas mais produtivas da economia.
Esta ata expõe a verdadeira face de um Banco Central que prioriza os interesses de rentistas, enquanto o resto da sociedade paga a conta. Continuar agindo desta forma, mantém o Brasil refém de uma política monetária que gera estagnação, desigualdade, aumento da dívida pública e, coloca em segundo plano, o desenvolvimento do país.