A Petrobras teve desvalorização de suas ações, desde o início da Operação Lava Jato, em 2014, para apurar corrupção envolvendo a empresa.
Em 2016 a empresa apresentou seguidos resultados financeiros negativos e a empresa vivia a sua maior crise financeira, devido a queda da cotação do barril de petróleo, o controle de preços dos combustíveis, o alto endividamento (em dólar), originados de investimentos no pré-sal, e a descoberta dos esquemas de corrupção. Cada ação chegou a valer em 2016 por volta de R$ 4,00.
Com a posse de Michel Temer, após o impeachment de Dilma Rousseff, iniciou-se uma política de recuperação da Petrobras, com a adoção de política realista de preços e venda de patrimônio da empresa para diminuir o endividamento.
O governo Bolsonaro, desde 2019, manteve essa política, mas ela foi interrompida, dia 18.02, após a empresa divulgar o quarto reajuste em 2021 nos preços dos combustíveis de 10,2% da gasolina e 15% do diesel, nas refinarias. No mesmo dia, foi anunciado o nome do novo presidente da empresa, com a sinalização da intenção de intervir para controlar o reajuste dos preços dos combustíveis.
A cotação das ações da empresa despencaram no mercado financeiro, refletindo a crença do fim de um período de preços realistas dos combustíveis e de novas dificuldades para a empresa, pois o governo não tem vontade política de injetar recursos públicos para compensar preços menores dos combustíveis. No dia 17.02.2021, cada ação valia R$ 29,59 e, após a intervenção de Bolsonaro, dia 26.02 ela foi cotada a R$ 22,24.
O trabalho de recuperação na Petrobras tem gerado resultados, mas a política realista de preços gerou o descontentamento da população, principalmente dos caminhoneiros, setor que apoiou a eleição de Bolsonaro e ameaça, frequentemente, deflagrar uma nova greve contra os repetidos reajustes de preço dos combustíveis.
Desde 2018 os presidentes da Petrobras têm sofrido pressão contra a política de preços realista da empresa.
No dia 12.07.2018, no artigo “Petrobras não abre mão de política de preços ‘realista’, diz monteiro”, publicado no Jornal Valor Econômico, constou a afirmação: “O presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, disse que a companhia está aberta ao debate sobre a periodicidade dos reajustes dos preços dos combustíveis, mas que a petroleira não abre mão de praticar uma “política comercial realista”. O executivo reconhece que a Petrobras é um agente dominante no mercado de refino e que a política de preços da companhia tem seus efeitos sobre o consumidor. Ele, porém, defende que a artificialidade nos preços é prejudicial para a estatal.”.
E, de presidente em presidente, da empresa e do Brasil, a Petrobras vive o dilema de ser uma empresa estatal equilibrada financeiramente e com preços realistas, ou ter preços artificiais prejudiciais à empresa e amargar déficits financeiros para atender aos interesses políticos imediatos.