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Foto: Clay Banks (https://unsplash.com/photos/zIHsQqJ71IE)

A política da discriminação seletiva

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A Revista Super Interessante, n० 423, de janeiro de 2021, na p. 45, traz o resultado do rastreamento dos genes dos brasileiros, onde demonstra terem agido os dominadores (branco europeu) para eliminar a raça nativa (índio) e a raça dos escravos (negro), quando constata que “…75% das linhas paternas brasileiras são europeias, 14,5% africanas e 0,5% indígenas. Os resultados refletem a miscigenação assimétrica e o passado violento do Brasil. Ficam evidentes três coisas: o massacre dos homens indígenas, o fato de que homens africanos tinham poucas oportunidades de gerar filhos, e os muitos estupros das mulheres negras e nativas pelos colonizadores.

A subjugação de minorias no Brasil vem de longa data, faz parte da história brasileira, está além da genética, tornou-se uma questão social complexa, de subjugação e de subserviência racial e social, quando o ideal seria todos viverem harmoniosamente.

Jessé Souza, no livro “A guerra contra o Brasil”, p. 19-21, define a sociedade brasileira ter racismo primordial, onde os oprimidos aceitam e até amam os dominadores, e define, de forma ampla, o racismo abranger a hierarquia da existência de “humanos superiores” e “humanos inferiores”. Essa concepção, ao ocorrer na prática, é um enorme absurdo e mostra uma sociedade desigual.

Em meio a tanta desigualdade a ser erradicada, a Constituição Federal prevê o Brasil reger-se em suas relações internacionais pelo repúdio ao racismo (inciso VIII, do artigo 4०) e considera o racismo ser um crime inafiançável e imprescritível (inciso XLII, do artigo 5०). Entretanto, a sociedade vive um conflito diário racista, onde alguns fazem ações para incluir e outros agem para impedir a igualdade de raças.

Nas últimas eleições tivemos atos discriminatórios contra representantes negros eleitos, com atos de perseguição e intimidatórios em todo o Brasil, com registro de casos em São Paulo e Joinvile (SC).

A nobreza, desde a colônia, é caracterizada por não fazer trabalho braçal, os quais eram realizados pelos negros e gentios. Aos brancos cabiam as tarefas intelectuais e mais bem remuneradas, como cargos públicos e políticos, empreendedorismo, etc.

Ontem, como hoje, a sociedade estranha negros conviverem em ambientes de poder aquisitivo elevado. As pessoas acham diferente um casal de cores negra e branca circular pelas cidades, mas somos um povo oriundo de um processo de miscigenação secular, onde sempre ocorreram acasalamentos inter raciais.

O Brasil é uma sociedade de raças em polos diferentes e, me alegro ao ver essa realidade mudar (não na velocidade que eu desejo), com negros sendo médicos, professores e políticos conceituados, provando (não para  mim) estar a capacidade relacionada diretamente à capacidade individual de superar e perseguir objetivos. Somos uma sociedade multiracial e é preciso pautar ações públicas para garantir a multiplicidade de raças em todos os segmentos.

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