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A formação da consciência cívica em um mundo digital

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Com a ascensão inesperada de populistas, as democracias compreenderam o perigo do povo estar interpretando errado a sua liberdade e fazendo opção por governos de déspotas.

A tecnologia digital propicia a divulgação ágil de dados e informações e, de forma negativa, pode também propagá-los errados e manipulados, sem base científica, factual ou mesmo histórica.

Os candidatos populistas recentes souberam utilizar os recursos das redes sociais para fidelizar e propagar suas plataformas políticas para milhões de seguidores.

As soluções digitais deveriam, teoricamente, formar pessoas com pensamento ideológico heterogêneo, mas a realidade mostra a aglutinação dos usuários em grupos cada vez mais homogêneos, devido o uso da tecnologia de algoritmos, os quais coletam as preferências individuais e somente lhes mostram pessoas e publicações compatíveis com o seu gosto, dentro de um suposto perfil, a alimentar grupos obcecados por suas ideias e sem aceitação da existência de outras pessoas com formas diferentes de pensar.

Nesse mundo cada vez mais digital, a normalização das relações políticas passam diretamente pela adoção de 5 (cinco) ações primordiais para combater a propagação de teorias da conspiração, fake news, mensagens de ódio e a manipulação do povo.

A primeira é a adoção do uso mais veemente da figura de moderador digital para excluir usuários e também mensagens indesejáveis (falsas, negativas, mentirosas, sem embasamentos, ilegais), tomando-se o cuidado para não caracterizar ser uma figura de censor.

A segunda é as redes sociais passarem a não criar grupos de pensamentos homogêneos, e procurar, através do algoritmo, mudar a sua política de mostrar ideias para pessoas com perfis parecidos e passar a mostrar as diversas ideias para um maior universo de usuários, para demonstrar termos um universo de pluralidade.

A terceira seria o mundo digital deixar de ser um lugar sem limites e passar a ser um local regulamentado, fiscalizado, com regras éticas, de garantia dos direitos dos cidadãos e com severas sanções.

A quarta seria os governos adotarem a transparência total de suas ações e políticas.

A quinta seria a obrigatoriedade de se ter em todos cursos, desde o básico até o superior, matérias sobre civismo, política e história, com o intuito de contextualizar o cidadão sobre o seu país e prepará-los para exercer com consciência e responsabilidade a sua cidadania, pois todos devem saber os seus direitos e deveres, a organização dos poderes constituídos, a história política e econômica, etc.

Com essas medidas poderemos consolidar um país mais consciente, mais civilizado, com menos hostilidade e com cidadãos menos passíveis de serem manipulados por argumentos frágeis feitos por atores populistas. Dessa forma, passada a atual onda mundial da ascensão de governos populistas, estaremos alicerçados em bases ideológicas estáveis.

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