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A 4a. Revolução Industrial e os desafios para a educação

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No livro “Memorial do Convento”, de José Saramago, a personagem de ficção, nomeada Blimunda, ao acordar e antes de abrir os olhos tinha de comer um pedaço de pão para não ver as pessoas e as coisas por dentro. Essa habilidade pessoal poderia causar um grande benefício para a medicina e outros ramos da sociedade.

Felizmente, o ser humano, com seu espírito criativo infinito, tem a facilidade de transformar a ficção e os sonhos em realidade, revolucionando e determinando a forma como vivem milhões de pessoas.

A 1a. Revolução Industrial teve como elemento catalisador o vapor, com funcionamento pela queima do carvão. A 2a. foi a eletricidade. A 3a. foi a computação. A atual, 4a. Revolução Industrial, é conduzida pelos algoritmos, com o uso de grande quantidade de dados para gerar inteligência na tomada de decisões, alimentar os robôs em funcionamento e conseguir ganhos de escala.

O empresário e megainvestidor, Masayoshi Son, em reportagem (Revista Exame, edição 1188, de 26.06.2019, p. 76-87), disse acreditar ser a inteligência artificial a maior revolução a ser vivida pela humanidade. Nesse sentido, investe em empresas inovadoras, como Uber, WeWork, Alibaba, etc. Faz a previsão dos robôs assumirem a execução das atividades rotineiras, seja nas fábricas ou nos escritórios, e afirma termos como um dos grandes desafios encontrar novas ocupações para os trabalhadores que executam essas atividades hoje em dia.

A 4a. revolução industrial, com a robótica, inteligência artificial, substituição do trabalho rotineiro, gerará o desaparecimento da maioria dos postos de trabalho atuais e traz novos desafios para a educação preparar as pessoas para um mercado onde a maioria das novas ocupações ainda não existem.

Atualmente, os alunos não necessitam deter todo o conteúdo do conhecimento, mas devem ter a habilidade digital para utilizar os recursos obrigatórios para acessar a sapiência armazenada, seja para usar os leitores de livros eletrônicos, ebooks, ou manejar as ferramentas para acessar os saberes disponíveis na rede da internet.

No ambiente de incertezas futuras os alunos não deverão receber aulas somente de disciplinas de conteúdo cognitivo, como matemática, português e ciências, pois, além da obrigatoriedade da inserção deles no universo digital, a escola passa a ter o papel de desenvolver os seus espíritos crítico, de iniciativa, de inovação, de solução de conflitos, de trabalho em equipe e de empreendedorismo.

As dificuldades de uns sempre são oportunidades de outros, principalmente em um universo repleto de novidades. Nisso, o professor tem um papel importante a desempenhar para a adaptação dos seres humanos aos novos tempos, deixando de ser repassador do conhecimento consolidado para ser um facilitador da aprendizagem, da criatividade e incentivador dos alunos terem papel ativo em sua busca contínua da sabedoria.

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