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Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado (https://fotospublicas.com/comissao-parlamentar-de-inquerito-da-pandemia-cpipandemia-realiza-oitiva-do-ex-secretario-especial-de-comunicacao-social-da-presidencia-da-republica/)

Na CPI, o ex-secretário, Fábio Wajngarten, confirma inoperância do governo no enfrentamento do coronavírus

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Covid, após ouvir Henrique Mandetta, Nelson Teich, Marcelo Queiroga e Antônio Barra Torres, nos dias 04, 05, 06 e 11.05, respectivamente, firmou convencimento de o governo ter adotado no combate ao coronavírus a estratégia da imunidade de rebanho (a partir da infecção do maior número de pessoas), com incentivo ao uso da hidroxicloroquina e despriorização da adoção de medidas científicas, como a vacinação em massa e uso de máscaras, gel e isolamento social.

Dando sequência à CPI, no dia 12.05, o ex-secretário Fabio Wajngarten prestou depoimento. O depoente se esquivou de responder a perguntas, entrou em contradições, suou, gaguejou e mentiu, chegou a ser alvo de pedido de prisão.

Wajngarten não conseguiu ocultar as campanhas efetuadas pela Secretaria de Comunicação, em março de 2020, a favor do uso da hidroxicloroquina, contra a obrigatoriedade da vacina e as medidas de isolamento.

O relator, Renan Calheiros, perguntou se considerava o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, incompetente, conforme entrevista concedida à Revista Veja, quando afirmou ter o país sido prejudicado na compra de vacinas pela incompetência do Ministério da Saúde. Ele afirmou: “Não chamei. A revista não diz isso e eu não chamei. Basta ler a revista”. Foi acusado de estar mentindo.

O presidente da CPI, Omar Aziz, aconselhou para Wajngarten ser objetivo, quando disse: “…se vossa excelência não for objetivo nas suas respostas, nós iremos dispensá-lo desta comissão, pediremos à revista Veja que mande a degravação e o convocaremos de novo, mas já não mais como testemunha e sim como investigado“. Também acusou o depoente de estar mentindo, quando disse: “Por favor, não menospreze a nossa inteligência. Ninguém é imbecil aqui. Não faça isso com a gente… O senhor está mentindo aqui para todos nós“.

O ex-secretário confirmou o governo ter demorado dois meses para iniciar a análise da carta, recebida em setembro de 2020, da Pfizer, oferecendo vacinas.

Perguntado sobre o impacto das declarações negacionistas de Bolsonaro, ele respondeu, de forma desrespeitosa: “Pergunte a ele”.

O ex-secretário foi ameaçado de prisão pelos senadores, mas o presidente da Comissão afirmou não ser “carcereiro de ninguém“.

Os apoiadores do governo ficaram nervosos e sem argumentos. O Senador Flávio Bolsonaro afirmou: “Imagina um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como o Renan“. Renan respondeu: “Vagabundo é você que roubou dinheiro do pessoal do seu gabinete“.

No geral, esse dia de depoimento foi tumultuado, mas a Comissão conseguiu confirmar a inoperância do governo na adoção de medidas científicas de combate ao coronavírus, como a demora na aquisição de vacinas e a intenção de incentivar medidas não indicadas pela ciência, como o uso de hidroxicloroquina e aglomerações.

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