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Pandemia do coronavírus: A guerra política da vacina

Foto: Tiffany Tertipes (https://unsplash.com/photos/Y2Vxsb75RVo)

 

 

 

Dia 07.12 o Ministério da Saúde (MS) foi surpreendido pelo Governador de São Paulo (SP), João Doria, com o anúncio da data de 25.01.2021 para o início da vacinação no Estado, antecipando a previsão de março de 2021 do governo federal. SP fez a logística, desde a alocação de recursos, aquisição de insumos e dia 10.12 iniciou a produção da vacina.

A urgência faz o mundo implorar pela imunização. No curto prazo, ela é nossa esperança, apesar de seu desenvolvimento em tempo recorde e, com isso, somente no futuro avaliaremos se houve ou não efeitos colaterais, bem como a sua real eficácia. Além disso, existe a certeza de serem necessárias diversas campanhas de imunização para conseguir o êxito contra o vírus.

Jair Bolsonaro disse ser a economia a sua maior preocupação e já deveria ter a solução completa para a vacinação. Infelizmente, temos letargia e o Ministro da Saúde, especialista em logística, mostrou ser aprendiz no assunto e recebeu lições do governo de SP de como se deve fazer.

Pressionado por seu rival político, o governo federal mostrou somente a política poder romper seu imobilismo. Nesse momento, é preciso elogiar os atos oportunistas e corretos de João Doria, por somente dessa forma gerar atitude do governo federal. A partir daí, tivemos ações do governo, sem planejamento, para mostrar resultados.

No dia 08.12, o MS noticiou ter iniciado negociação para a aquisição de 70 milhões vacinas da Pfizer.

No dia 09.12, o MS avisou planejar vacinação emergencial em dezembro e ampla em janeiro e fevereiro de 2021.

No dia 10.12 a Anvisa passou a aceitar pedido de autorização do uso excepcional de vacinas na fase 3 de testes, para imunização de grupos específicos, atendidos os requisitos de segurança, qualidade e eficácia.

No dia 11.12 o Governador de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmou ter o Ministro da Saúde dito que toda vacina produzida no país seria “requisitada, centralizada e distribuída aos Estados pelo Ministério da Saúde”. Entretanto, no mesmo dia, o MS negou ter essa intenção.

Infelizmente, os discursos são mera retórica ao serem desmentidos pelos fatos. Nesse sentido, no dia 09.12 Jair Bolsonaro demonstrou sua real prioridade, ao não ir nas tratativas de planejamento da vacinação e comparecer (mesmo não sendo praxe) na reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex), para garantir a aprovação de alíquota zero do imposto de importação de revólveres e pistolas, a partir de 01.01.2021.

Além disso, apesar ter cerca de 180 mil mortes e 7 milhões de infectados, dia 09.12 Jair Bolsonaro demonstrou ter parâmetro equivocado de avaliação dos atos de seu governo, ao considerar ter sua equipe agido “muito bem” diante da pandemia.

Nossa sobrevivência está em questão e assim, o Brasil olha SP e esquece de Brasília. Isso gera nos políticos ciúmes incontroláveis e essa guerra das vacinas coloca em xeque a forma da federação brasileira (tema para outro artigo).

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