Os diversos agentes econômicos, sejam as empresas, o governo ou mesmo as unidades familiares necessitam saber e gerenciar os seus gastos para conseguirem equilibrar as suas receitas com suas despesas e harmonizá-las com as suas metas.
O controle financeiro auxilia na avaliação da possibilidade da compra de bens, na construção de um imóvel ou mesmo na sua aquisição, no direcionamento de receitas para atingir as metas definidas. Por outro lado, quando não se tem este controle, pode-se ter excesso de dinheiro sem destinação, gastos maiores do que as receitas e o consequente aumento do endividamento, recebimento de receitas inesperadas e o não direcionamento para o atingimento das metas pretendidas.
As pessoas que têm consciência de seu atual estágio financeiro são confiantes, estáveis e tem maior controle sobre o seu futuro. Além disto, tomam decisões embasadas financeiramente, sem arriscar um endividamento excessivo e sem gastar valores sem a devida existência de dinheiro.
Agora todos podem se perguntar: Como estou me saindo financeiramente? Estou financeiramente em forma? Meus rendimentos são suficientes para arcar com minhas despesas? De onde provém os meus rendimentos? Qual o meu perfil de gastos? Estou levando a vida que imaginei, uma vida fatansiosa ou uma vida frustrante?
No Brasil não se tem a cultura de lecionar educação financeira para as pessoas físicas. Isto é uma pena, pois vemos as pessoas gastarem desmedidamente os seus rendimentos, efetuarem endividamento excessivo que irá comprometer a sua renda futura, fazerem gastos onerando receitas futuras com gastos supérfluos, etc.
As finanças pessoais contêm alguns princípios básicos para a consecução do sucesso e o equilíbrio financeiro, tão importante para a felicidade e harmonia da vida dos cidadãos em sociedade.
O primeiro princípio das finanças pessoais é simples. Somente se gasta o dinheiro que tem. Podem perguntar, como assim? Temos que ter segurança com os gastos, pois quando gastamos menos que ganhamos temos solidez nas nossas decisões financeiras.
O segundo princípio é efetuar obrigatoriamente aplicação de parte dos rendimentos, cerca de 10 a 20% por mês em ativos geradores de fluxos monetários (juros, dividendos, aluguéis, etc.), visando o alcance da independência financeira. O primeiro gasto após o recebimento de uma renda, que na verdade é um investimento, é efetuar a aplicação compulsória de parte do rendimento.
O terceiro princípio é pagar as contas em dia, evitando a oneração com juros, correção monetária e multa.
O quarto princípio é efetuar reavaliações frequentes das despesas, efetuando cancelamento de serviços desnecessários, contratando serviços mais baratos, dispensando gastos supérfluos, adotando hábitos que não exijam gastos.
O quinto princípio é calcular o seu patrimônio líquido (bens e direitos menos dívidas) e dividi-lo pelo número de anos trabalhados. O resultado é o quanto você adicionou com o seu rendimento para o seu futuro.
O sexto princípio é ter registro e o controle sobre todos os seus rendimentos e despesas. Deve-se anotar todo gasto e rendimento, classificá-lo periodicamente (mensalmente e anualmente) e por tipo de gasto (saúde, educação, habitação, etc.).
O sétimo princípio é ter cuidado nas compras quando utilizar cartão de crédito, evitando principalmente as compras por impulso. Efetue o registro de todas as compras com cartão de crédito e tenha controle rígido sobre o total de cada fatura mensal para não ultrapassar 15% do seu rendimento líquido. No pagamento da fatura deve-se pagar a fatura total, evitando optar pelo pagamento mínimo e ter que arcar com altas de taxas de juros. Quanto a taxa de anuidade, deve-se negociar para ter isenção da taxa.
O oitavo princípio é detectar a diferença entre gasto ruim e gasto bom, entre dívida boa e dívida ruim, efetuando decisões baseadas na análise específica na hora da tomada de decisão. Gasto e dívida ruim é aquele que onerará a nossa renda futura. Gasto e dívida boa é aquele para adquirir um ativo que nos proporcionará renda futura ou diminuição de gasto futuro, como a compra da casa própria ou a aquisição de um segundo imóvel para alugar.