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Armadilha de Tucídides

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Foto: https://pixabay.com/pt/photos/memorial-da-segunda-guerra-mundial-1497264/

 

 

A expressão “Armadilha de Tucídides”, tem origem no livro “História da Guerra do Peloponeso”, de Tucídides, ao narrar ter o crescimento de Atenas gerado guerra com Esparta. Esse termo, popularizado pelo escritor Graham Allison, significa o aparecimento de uma nova potência, causando apreensão nas demais já estabelecidas, com o rompimento da balança de poder e o aumento da probabilidade de duelo bélico.

Essa expressão descreve a atual fase vivenciada por China e Estados Unidos, onde aquela aumenta o seu poder econômico, militar e político no mundo, e os Estados Unidos reage.

No momento temos um confronto comercial, com tarifas aos produtos chineses, mas não se pode negar a possibilidade de um embate bélico, com reflexos negativos imprevisíveis, perdas imensuráveis e repetição de erros do passado.

Os Estados Unidos, sendo ainda o maior império militar e econômico, com indústrias produtivas, dominando o comércio e as finanças mundiais, deveria, para combater a China, fazer alianças para se fortalecer e incentivar a melhoria e competitividade de sua economia ou poderia partilhar com a nova potência projetos para tornar o mundo melhor, como avanços tecnológicos e exploração dos recursos espaciais.

Infelizmente, Donald Trump é “uma bomba relógio”, não é contemporizador, age de forma prejudicial aos interesses dos EUA, retira os EUA de acordos internacionais e faz uma guerra comercial, com a desculpa de querer eliminar o déficit comercial com a China. De forma impensada, torna mais forte a China.

A China é uma potência ascendente, com uma grande população, tem ambição global e, salvo contratempos, sua hegemonia está assegurada. Enquanto fabricava produtos com pouco conteúdo tecnológico, não incomodava os EUA, mas agora quer acesso aos mercados, à propriedade intelectual, influência sobre organismos internacionais e tem planos de dominar diversos ramos de tecnologia.

As empresas americanas sentem os efeitos do conflito comercial. Houve diminuição dos lucros, aumento dos custos e queda das cotações de ações, mas nem isso conteve o ímpeto de Trump e esse anunciou para setembro a taxação de 10% sobre outros produtos chineses, logo após recuou com relação a celulares, laptops e outros bens de consumo para amenizar o impacto nas vendas de fim de ano.

Todo esse quadro de tensões e incertezas agrava os sinais de desaceleração econômica mundial.

Na história, todas as superpotências tiveram dificuldade para admitir o seu declínio e lidar com a ascensão de um novo líder mundial, mas é preciso escapar da “Armadilha de Tucídides” e passar de confronto para a colaboração, e, a própria história demonstra ser mais producente isso, para se ter um ambiente mais confortável, com a defesa de interesses comuns para a prosperidade, similar à situação vivida pelos Estados Unidos e pelos britânicos no início do século XX, quando se tornaram aliados geopolíticos importantes.

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