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Assassinos em potencial: O perigo invisível nas ruas brasileiras

No último dia 15 de fevereiro, a comunidade de Campo Grande (MS) foi confrontada com uma tragédia que escancarou a fragilidade da segurança no trânsito brasileiro. Uma corredora de 41 anos, que praticava exercícios na rodovia MS-010, foi atropelada e morta por um motorista embriagado. O caso reacende o debate sobre os perigos de um trânsito marcado por imprudência, desrespeito às leis e, frequentemente, impunidade. Infelizmente, parece que só nos mobilizamos para aprofundar discussões após tragédias como essa, sem ações proativas para evitar calamidades.

O caso da corredora de Campo Grande não é isolado. Ele reflete a combinação entre álcool e direção, que transforma motoristas em assassinos em potencial. Desde 2012, com a implementação da chamada “Lei Seca”, houve um endurecimento nas penalidades para quem dirige sob efeito de álcool. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em seu artigo 165, classifica a prática como infração gravíssima, com multas, suspensão da carteira de habilitação e apreensão do veículo. Além disso, a legislação passou a prever a possibilidade de prisão em flagrante e a criminalização da conduta em casos de acidentes com vítimas.

Apesar desses avanços, a aplicação da lei ainda enfrenta obstáculos significativos. A fiscalização, embora mais presente, não é suficiente para cobrir todas as áreas de risco, como bares, festas e eventos sociais, onde o consumo de álcool é intenso. Nesse cenário, persiste uma cultura perigosa de beber e dirigir, alimentada por uma sensação de impunidade e pela falta de conscientização sobre os riscos reais dessa prática. Muitos motoristas ainda fazem pouco caso da legislação e da fiscalização, agindo como se estivessem acima da lei, sem considerar as consequências devastadoras de suas ações.

Motoristas que dirigem sob efeito de álcool são, literalmente, assassinos em potencial. O álcool afeta diretamente a capacidade de julgamento, a coordenação motora e os reflexos, aumentando exponencialmente o risco de acidentes.

Especialistas em trânsito defendem a adoção de medidas mais severas para punir motoristas que dirigem embriagados. Entre as propostas de penas de prestação de serviços na comunidade em campanhas de trânsito, perda do direito de dirigir por prazo maior, além da intensificação das fiscalizações em áreas de maior risco. Além disso, é preciso investir em campanhas de conscientização que mostrem as consequências reais da combinação entre álcool e direção.

A tragédia de Campo Grande não pode ser mais uma estatística. Ela deve servir como um alerta para a urgência de mudanças que protejam vidas e evitem que motoristas embriagados continuem a ser assassinos em potencial nas ruas brasileiras. Enquanto não houver uma ação firme e contínua, as ruas continuarão a ser palco de tragédias evitáveis, ceifando vidas e deixando famílias em luto.

A segurança no trânsito é um direito de todos e é dever de todos garantir que esse direito seja respeitado.

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